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quarta-feira, 7 de abril de 2010

O sabor amargo da diabete

Bolos, pavês, trufas... Essas e outras delícias estão sob suspeita quando se fala de diabete tipo 2. Se quer ficar longe do mal, que ataca mais as mulheres, aproveite o começo do ano para rever tudo o que coloca na boca.




No início do ano pipocam convites para festas e happy hours com todo tipo de comidas gostosas e calóricas... É só por não querer ganhar quilos extras que você deve maneirar? Ou o excesso de doçura e gordura pode deixá-la doente? A segunda resposta é sim. Apesar de as chances de desenvolver diabete — distúrbio metabólico causado pelo aumento da glicose no sangue — crescerem apenas após os 35 anos, o que você faz agora é determinante para não engrossar estatísticas assustadoras: já são 246 milhões de diabéticos no mundo, e estima-se que a cada cinco segundos alguém entre para o grupo. Por aqui, segundo o Ministério da Saúde, a doença atinge 6 milhões de brasileiros, sendo 90% dos casos do tipo 2. A boa notícia: diferentemente da diabete tipo 1, este pode ser prevenido ou adiado por muitos anos, se você se cuidar. A má: ataca mais as mulheres, conforme pesquisa do Ministério da Saúde em todo o país.

Só mais um brigadeirinho...
Ser louca por doces e carboidratos não é sinal de tendência à doença, mas uma dieta inadequada, rica em gorduras saturada e trans, açúcar e muitas massas e farinha branca, pode elevar o peso, principal fator de risco para a diabete tipo 2. A lista do que coloca você na mira:

OBESIDADE
Odilon Denardim, endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, explica que a gordura muda o metabolismo. “As células adiposas tornam-se resistentes à absorção da insulina, hormônio que varre o excesso de açúcar do sangue.” O endocrinologista Antônio Lerário, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, completa: “A teoria aceita hoje é que esse processo força o pâncreas a produzir mais dessa substância até levá-lo à exaustão e à diabete”. Moral da história: se você está ganhando quilinhos, melhor mudar o estilo de vida. Pois, segundo o endrocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), 80% dos diabéticos do tipo 2 estão acima do peso.

SEDENTARISMO
Não fazer atividadefísica ajuda o ponteiro da balança a subir, provocando o problema acima.

HEREDITARIEDADE
Ter pais, irmãos e tios de primeiro grau com a doença coloca você no risco.

STRESS CRÔNICO
Estudos mostram que o hormônio do stress, o cortisol, em exagero pode elevar as taxas de glicose no sangue.

DOENÇAS ENDÓCRINAS
Segundo Paulo Roberto Cesarini, clínico-geral com especialização em endocrinologia, algumas doenças endócrinas (síndrome dos ovários policísticos e doença da suprarrenal) causam resistência insulínica ou hiperinsulinemia (aumento da secreção de insulina pelo organismo), fatores que podem desencadear a diabete.

DISTÚRBIOS DO SONO
Enquanto a gente descansa e sonha, ocorrem processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio do organismo. Estudo americano mostrou que quem dorme mal é mais propenso à diabete tipo 2.

DIABETE GESTACIONAL
Na gravidez, alguns hormônios bloqueiam a produção de insulina. “Quem apresenta esse quadro tem predisposição à diabete do tipo 2 no futuro”, alerta Paulo Roberto Cesarini.

REMÉDIOS
Alguns medicamentos, como os que contêm cortisona, elevam o nível de glicose no sangue.

A descoberta e como se salvar
Quando a doença está instalada, às vezes é preciso tomar insulina todo dia. Em outras, medicação oral, atividade física e a mudança na alimentação bastam para fazer o controle. “O alto teor de fibras diminui o índice glicêmico”, fala a nutróloga carioca Regina Mestre. “Melhora a saciedade e baixa a vontade de doce.”
Nível de doçura saudável
Ficou preocupada? Um exame de sangue pode avaliar se corre perigo real. Medir a taxa de glicose no sangue é importante porque nem todo mundo que desenvolve diabete apresenta sintomas claros, como ter mais vontade de fazer xixi, sede excessiva, vista turva, grande perda de peso em pouco tempo (mesmo comendo bem). Coceira vaginal, propensão a micoses e cicatrização difícil são outros sinais que precisam ser investigados rapidamente. No entanto, se você ainda não chegou aos 30, pratica esportes regularmente, está totalmente em paz com a balança, não tem histórico na família, não precisa encarar a picadinha. A partir dessa idade a recomendação é fazer o exame a cada três anos.

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