Uma cirurgia bem-feita deixa cicatriz? Existe novidade no implante de silicone? Injetar gordura é o melhor para ganhar curvas? Confira as respostas dos experts em cirurgia plástica. Afinal, saber qual a técnica ideal para o seu caso, como se preparar e o que esperar do resultado é a maneira mais eficaz (e segura) de conquistar o corpo dos sonhos. Controle a ansiedade de marcar a mudança da noite para o dia e invista nas preliminares. Vai ser bom para você!
Cirurgia plástica vicia?
Isso é possível: Em vez de adotarem um estilo de vida mais saudável (fazer reeducação alimentar, exercícios...), algumas mulheres acabam, sim, cedendo à suposta facilidade das operações e recorrem ao bisturi ou cânula quando a calça aperta um pouco. Isso sem falar nas que vão à clínica como se estivessem indo à terapia. Ficou deprê, sentiu-se rejeitada? Vai lá e faz um retoquinho. Esse tipo de comportamento pode revelar dois problemas: o primeiro é o distúrbio de imagem - a mulher não consegue se enxergar bonita. O segundo é o apego à cirurgia plástica e aos tratamentos como recurso mágico para a melhora não só do corpo mas de outras áreas da vida que não estejam bem. "Usar a estética como ponto de partida para uma mudança pessoal é positivo, desde que a paciente tenha em mente que serão necessários ajustes em outros segmentos também", alerta a psicoterapeuta Maria Alice Pompeo Santos, de São Paulo.
Uma plástica dura para sempre?
Isso é possível: "Alguns tipos de cirurgia, como correção de orelha de abano, rinoplastia e abdominoplastia, são consideradas definitivas", diz o cirurgião plástico Nelson Letízio, de São Paulo. "Entretanto, o relógio biológico não para. Se realizamos uma cirurgia de face, por exemplo, continuaremos envelhecendo e a operação, que trouxe benefícios, com o tempo precisará ser complementada", completa o cirurgião plástico Sérgio Aluani, de São Paulo.
É verdade que a gordura retirada do corpo e depois injetada para aumentar o bumbum, desenhar as curvas... é quase que reabsorvida pela metade?
Isso está mudando: Uma nova técnica de lipoescultura promete perda de volume muito menor - entre 10 e 20% - graças ao uso do extrato de células-tronco adultas. Ele é obtido da centrifugação da gordura retirada da paciente. "Ainda não sabemos a razão, mas ao usar essas células conseguimos um resultado mais duradouro, além da renovação no tecido da região", explica o cirurgião plástico Hélio Caprio, do Rio de Janeiro.
Se o médico consultado se recusar a fazer a cirurgia, basta encontrar outro que faça?
Isso é muito perigoso: Quando um profissional especializado na área contraindica a operação - seja pela falta de necessidade, seja pela não garantia do bom resultado -, é importante parar e pensar seriamente no assunto. Se o cirurgião diz que não tem gordura para aspirar da sua barriga ou que a lipo não vai solucionar o problema de flacidez do seu abdômen, escute a voz da experiência. "Quem insiste em mudanças desnecessárias ou não recomendadas precisa procurar ajuda psicológica para descobrir se está sofrendo de algum tipo de distúrbio da imagem corporal", recomenda o dr. Letízio.
Dá para confiar nos programas de computador que simulam o resultado da cirurgia?
Isso é uma roubada: A tecnologia ajuda e a gente agradece. Mas ela não é capaz de reproduzir fielmente o efeito obtido na prática. "O resultado de boa parte das cirurgias não depende apenas da vontade do médico e da paciente", alerta o cirurgião plástico Ubirajara Guazelli, de São Paulo. "É preciso levar em conta as características anatômicas de cada mulher, o tipo de pele, a quantidade de colágeno, a presença de flacidez..." Por isso, é impossível garantir que o efeito ficará igual ao mostrado no simulador. Ele serve apenas como uma simples referência - e o médico deve ser bem claro a respeito disso.
Tudo bem marcar a lipo perto de um evento importante?
Isso é um mico: O resultado de algumas operações demora de três a seis meses para aparecer. Isso porque existe uma fase de cicatrização, que leva em torno de três meses, e inchaço que pode chegar a seis meses ou mais. Já imaginou não entrar no vestido de noiva? Ficar cheia de roxos e com dor durante a lua de mel? Precisar fugir do sol em plenas férias na Bahia? M-i-c-o!
Colocar o silicone pela axila é mais complicado?
Isso é passado. Tem novidade: Segundo o cirurgião plástico Alexandre Munhoz, de São Paulo, um dos motivos para que os implantes via axila correspondam a apenas 5% das cirurgias de próteses realizadas é a complexidade da técnica. Por ser uma área distante da mama, há riscos de deslocamento e de posicionamento assimétrico. Com uma nova técnica, em que a prótese é colocada entre o músculo peitoral e a membrana de tecido conjuntivo que o recobre, chamada fáscia, esses problemas diminuem. "Além disso, a paciente sente menos dor no pós-operatório, recebe anestesia local e sedação mais leves e deixa o hospital em oito horas", explica.
Fazer lipo em uma clínica fica mais barato. Mas é seguro?
Isso é uma cilada: Tudo bem que realizar um sonho significa compatibilizar o desejo com o custo financeiro dele. Porém, quando falamos em cirurgia (seja ela qual for), o último quesito a ser levado em conta é economia. Nada é mais importante do que a sua segurança. Por isso, qualquer técnica deve ser realizada em hospitais com centro cirúrgico, já que é nesse espaço que existem os equipamentos e recursos capazes de salvar sua vida em casos de problemas, como choque anafilático, uma reação alérgica à anestesia. Faz parte do pacote uma boa consulta, feita com um médico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que deve esclarecer suas dúvidas, explicar os riscos e benefícios de cada técnica e os resultados reais possíveis.
O pós-operatório está tão fácil e rápido que posso dispensar o repouso?
Isso é uma fria: "Abreviar o período de recuperação compromete o resultado e aumenta os riscos de complicações", avisa o dr. Letízio. Isso porque pode haver rompimento de pontos, aumento dos hematomas, demora para desinchar... O repouso tem tanta importância quanto a própria cirurgia. A duração e as restrições dele dependerão do tipo de procedimento feito. Leve a sério.
É melhor fazer pequenas e múltiplas lipos do que uma só de grande porte?
Isso é para pensar: Cirurgias de grande porte podem ser vantajosas, mas devem respeitar critérios de segurança. A lipoaspiração, por exemplo, feita em vários pontos do corpo, é prática, mas não pode exceder a retirada de 7% da gordura corporal. Por outro lado, é perfeitamente possível fazer lipo de barriga e costas de uma só vez a fim de evitar nova internação, nova anestesia, nova recuperação e assim por diante.
O melhor jeito de escolher o tamanho do silicone é optar pelo que gostei em uma amiga?
Isso é um engano: Não se deve definir a prótese com base apenas no tamanho dela. A de 250 mililitros pode ficar perfeita em uma mulher alta e magra. Já em uma baixinha de porte médio, os mesmos 250 mililitros correm o risco de parecer enormes e, pior, dar a sensação de que ela está acima do peso. "Além disso, há a questão estrutural", lembra o dr. Guazelli. "Cada mulher tem uma quantidade de gordura, de pele e de tecido glandular nas mamas, o que significa que o efeito final terá forma e tamanho diferentes, mesmo usando próteses iguais."
Para deixar minha barriga em dia, vou optar pela lipo, já que ela é mais simples do que uma plástica
Isso é especulação: Em primeiro lugar, quem deve definir qual o melhor tipo de cirurgia para o seu caso é o médico. "Se houver sobra considerável de pele ou se ela estiver com a elasticidade muito comprometida, a lipo não adiantará. A barriga vai continuar longe do desejado", explica o dr. Letízio. Isso sem falar que a técnica é considerada uma cirurgia, oferecendo riscos e pedindo cuidados.
A lipoaspiração vale por uma dieta
Isso é um engano: Ela não é uma cirurgia para emagrecer, e sim para retirar o excesso de gordura l-o-c-a-l-i-z-a-d-a. Pode até servir como estímulo para o início da tão adiada dieta, mas não tem como foco o emagrecimento. E há limite na quantidade que se pode retirar de gordura.
Se eu não gostar do resultado, é só refazer rapidinho
Isso é falta de bom senso: Para a recuperação de uma cirurgia são necessários, no mínimo, três meses. E, se houver necessidade de nova intervenção, alguns médicos aguardam pelo menos seis meses. "Retoques devem ser feitos na hora certa e sempre por um especialista", explica o cirurgião plástico Alan Landecker, de São Paulo. "Não se refaz uma operação como se fosse maquiagem."
Uma plástica bem-feita não deixa cicatriz
Isso não faz sentido: Qualquer ação que rompa a pele (corte, perfuração) implica uma cicatrização - que, por sua vez, deixa uma marca. O que pode mudar é o tipo do sinal: imperceptível (claro e fino) ou mais aparente (grosso, escuro e, em alguns casos, com relevo). O que os cirurgiões acabam fazendo para minimizar o problema é escolher locais mais escondidos (dobras, por exemplo) para as incisões, deixando-as camufladas independentemente de como elas evoluam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário